var adfly_protocol = 'https'; .:: Filhos Dos Orixás ::.: Lendas De Ogum

Lendas De Ogum

A Ira de Ogum

LENDA 1
Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informação pessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo.
Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de ògúnjá.
Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.OGUM — Orixá das Guerras e da Tecnologia !!!
Lenda 2
OUTRA VERSÃO PARA ESTA LENDA
Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.
OGUM - Lenda 3
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga.
Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez, também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.
LENDA 4 
Ogum tem estreita relação com o número sete, o que é explicado por duas lendas iorubanas. Na primeira, ele aparece como o guerreiro - filho de Odudua, rei de Ifé - que conquista a cidade de Irê e assume o título de Oni (senhor ou rei). Em torno de Irê havia sete aldeias, hoje desaparecidas. Por essa razão, acreditava-se que Ogum fosse composto por sete partes, uma para cada aldeia conquistada. Em iorubano, sete é mejê, de onde resultou a expressão Ogum Mejê (O Ogum que são sete, ou o Ogum composto de sete partes). É a ele, portanto, que o ponto é dedicado.
A outra lenda fala do casamento entre Ogum e Oiá. Ogum tinha uma vara mágica, feita de ferro (metal que lhe está associado), que tinha a propriedade de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres que tocasse. Em sua oficina de ferreiro, Ogum confeccionou uma vara igual e deu-a de presente a Oiá. Algum tempo depois, porém, Oiá fugiu com Xangô e foi perseguida pelo furioso marido traído. Quando se encontraram, entraram em combate com suas varas mágicas, dividindo-se Ogum em sete parte e Oiá em nove. Por isso ela é chamada de Iansã, termo composto de duas palavras iorubanas: Iá ou Inhá (mãe) e messan 
(nove).

Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Por razões que ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949).
Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal.Foi um temível guerreiro, que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas guerras trazia sempre um rico espólio.
Os lugares consagrados a Ògún ficam ao ar livre na entrada dos palácios dos reis e nos mercados. Estes lugares são geralmente pedras em forma de bigorna, colocadas perto de uma grande árvore: Àràbà. São protegidos por uma cerca de plantas nativas, chamadas peregun ou akoko. Nestes locais periodicamente os sacerdotes realizam suas oferendas.
É costume dizer-se que existem 7 (sete) clãs de Ogum, sendo as formas mais conhecidas: Lebede ou Ogum-de-Le (o jovem), Meje (o sétimo e o velho), Obefaram, Mika, Ogunfa (mora com Ososi e Esu), Xoroque (vive nos portões e nas estradas com Esu).


.. divididos
Outra lenda nos fala sobre de um dos combates contra sua ex-esposa oyá no qual entre dois golpes deferidos por ambos ao mesmo tempo , ogun se transformou em sete (mejê) e oyá em nove (mesan).
Conta a lenda que Oyá era companheira de Ogún antes de se tornar a mulher de Sàngó. Ela ajudava Ogún, Rei dos Ferreiros, no seu trabalho. Carregava docilmente seus instrumentos da casa à oficina. E aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogún ofereceu a Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres, que por ela fossem tocadas no decorrer de uma briga. Sàngó gostava de vir sentar-se a forja apreciar Ogún bater e modelar o ferro e, freqüentemente, lançava olhares a Oyá. Esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Segundo um contador de histórias, Sàngo era muito elegante. Seus cabelos eram trançados como os de uma mulher. Sua imponência e seu poder impressionaram Oya. Aconteceu então, o que era de se esperar: ela fugiu com ele. Ògún lançou-se à sua perseguição. Ao encontrar os fugitivos, bradou sua vara mágica e Oya fez o mesmo, eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim Ògún foi dividido em sete partes e Oya em nove. Ele recebeu o nome de Ògún-Mége-Iré e ela Ìyá Mésàn.
... a sua ira
Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informação pessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.
... disputando com Sango
Ogum e Sango nunca se reconciliaram e, vez por outra, se degladiavam nas mais absurdas disputas. Certa vez Ogum propôs a Sango que dessem uma trégua em suas lutas, pelo menos até a próxima lua que chegaria. Sango fez alguns gracejos ao quais Ogum revidou, mas decidiram por uma aposta, continuando assim a disputa.
Ogum propôs que ambos fossem à praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem e quem vencesse daria ao perdedor o fruto da coleta.
Deixando Sango, Ogum seguiu para a casa de Oiá e solicitou-lhe que pedisse à Ikú (a morte) que fosse à praia no horário em que ele havia combinado com Sango. Oiá exigiu uma quantia em ouro, o que prontamente recebeu de Ogum. Na manhã seguinte, Ogum e Sango se apresentaram na praia, iniciando a disputa.
Vez por outra se entreolhavam e Sango cantarolava sotaques jocosos contra Ogum. O que Sango não percebeu é que Ikú havia se aproximado dele. Sango levantou os olhos e se deparou com Ikú que riu de seu espanto. Sango largou sua sacola com os búzios colhidos e desesperado se escondeu de Ikú. À noite Ogum procurou Sango mostrando seu espólio. Sango, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta".

Nenhum comentário:

Postar um comentário